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domingo, 5 de dezembro de 2010

Ibama solta araras na natureza em Brasília


O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) soltou, nesta semana, oito araras-canindé na natureza, em um hotel fazenda perto de Brasília. A reintrodução dessas aves no meio ambiente faz parte do projeto “Araras Livres”, que pretende readaptar na natureza aves provenientes do tráfico ilegal e que estavam em criadouros conservacionistas.

“O depósito desses animais em criadouros não deve ser algo permanente, mas temporário, enquanto a causa que deu origem à apreensão é transitada e julgada pelo Ibama”, disse Anderson do Valle, analista ambiental do instituto.

“Das oito araras, apenas uma não voou. Duas estão desaparecidas e as demais voam e voltam aos poleiros construídos na copa de buritizais. Está sendo feito também o monitoramento diário dos animais para verificar o sucesso de fixação deles na natureza”, disse Valle.

A infra-estrutura montada nas copas dos buritizais será reaproveitada nas próximas etapas do projeto, que se estenderá por mais um mês. “Apesar do receio dos técnicos, considerando a dificuldade de soltura, os resultados parciais são bons”, afirmou o analista.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

ICMBio concede direito real de uso a um dos maiores projetos de manejo florestal comunitário do mundo

Anúncio foi realizado no último sábado pelo presidente da Federação das Organizações e Comunidades Tradicionais da Floresta Nacional do Tapajós


No último sábado (9), os moradores da Floresta Nacional do Tapajós, no Pará, tiveram uma grande surpresa. Durante reunião organizada com apoio do Macroprocesso de Populações Tradicionais, com intuito de divulgar a celebração do Contrato de Concessão de Direito Real de Uso (CCDRU) para área ribeirinha às margens do Rio Tapajós, o presidente da Federação das Organizações e Comunidades Tradicionais da Floresta Nacional do Tapajós redobrou a surpresa apresentando outro CCDRU para Zona de Manejo Florestal, que vem sendo manejada de forma comunitária desde 2006 por meio do Projeto Ambé.

Os moradores esperavam esse reconhecimento do Governo Federal para sua área de morada desde 1998, momento no qual foi realizado um Termo de Ajuste de Conduta com mediação do Ministério Público Federal para garantir a permanência das comunidades tradicionais no interior da unidade, devido à inexistência do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC). Mas ninguém imaginava que depois de 12 anos de espera a boa notícia viria reforçada com a regularização fundiária da Zona de Manejo Florestal da Flona em favor dos moradores.

O presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Rômulo Mello, assinou o CCDRU no dia 7 de outubro, repassando a responsabilidade pelo uso do recurso natural de mais de 18 mil hectares às comunidades tradicionais da Flona do Tapajós, garantindo a permanência da Cooperativa COOMFLONA como detentora do Plano de Manejo Florestal Sustentável, executado nesta área como ação principal do Projeto Ambé. O contrato sobre a área ribeirinha, assinada no dia do terceiro aniversário do ICMBio, se refere a 58 mil hectares.

"Acertamos em cheio!", comemora o coordenador-geral de Florestas Nacionais do ICMBio, Daniel Penteado, à frente do Macroprocesso Populações Tradicionais. "Com este CCDRU o Instituto dá um grande impulso a um projeto que vem provando que comunidades tradicionais têm capacidade de manejar a floresta, um projeto com bons resultados sociais, monetários e ambientais. É um exemplo para a Amazônia e para todo planeta, talvez o maior experimento de produção sustentável por populações tradicionais que temos hoje dentro das UCs", explica Penteado.

Seca no Amazonas atinge 40 mil famílias e 25 cidades

Seca que atinge o Amazonas é uma condição climática extraordinária decorrente do fenômeno El Niño (aquecimento das águas do Oceano Pacífico).
Greenpeace
Seca no Amazonas










A seca que atinge o Amazonas desde o início de agosto já prejudicou cerca de 40 mil famílias. Segundo o governo estadual, dos 62 municípios amazonenses, 25 decretaram situação de emergência. Na última sexta-feira (8/10), a Defesa Civil reconheceu a situação de emergência em 21 deles. Os municípios em situação de emergência por causa da estiagem são Atalaia do Norte, Benjamin Constant, São Paulo de Olivença, Santo Antônio do Iça, Tabatinga, Tonantins, Caapiranga, Boca do Acre, Envira, Guajará, Ipixuna, Itamarati, Juruá, Borba, Alvarães, Coari, Fonte Boa, Jutaí, Tefé, Uarin, Beruri, Manacapuru, Itacoatiara, Barreirinha e Parintins.

Segundo informações do governo do estado, a ação emergencial de ajuda humanitária aos municípios afetados começou esta semana com o envio de 6 toneladas de alimentos. O chefe de gabinete da prefeitura de Ipixuna, Anísio Saturnino, disse que o transporte fluvial está comprometido em função da seca dos rios. “Os barcos não podem navegar. O transporte só pode ser feito por canoa. Alguns alimentos começam a faltar”, disse. Segundo Saturnino, o município (localizado no sudoeste do estado) aguarda para a tarde de hoje (11) a entrega, pela Defesa Civil do estado, de cestas básicas, filtros para água e medicamentos. Muitas pessoas estão sofrendo com problemas intestinais provocados pela má qualidade da água.

A geógrafa e pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Ane Alencar, disse que a seca que atinge o Amazonas é uma condição climática extraordinária decorrente do fenômeno El Niño (aquecimento das águas do Oceano Pacífico), que ocorreu nos últimos meses de 2009 e deixou reflexos em 2010. “O El Niño de 2009 foi o pior das últimas três décadas e trouxe como consequência as fortes chuvas no Sul e a seca no Norte do país. Sempre quando ocorre um El Niño muito forte existem impactos no ano seguinte”.

Segundo Ane Alencar, a forte estiagem se deu em função também da maior frequência das secas no estado. “Desde 2000, as secas têm sido mais frequentes e mais intensas e a floresta não tem tido tempo de se recuperar”, disse. A temporada de chuvas na Amazônia, de acordo com a pesquisadora do Ipam, deve começar no fim de novembro. A Secretaria Nacional de Defesa Civil foi procurada nesta segunda-feira pela reportagem da Agência Brasil, mas até o momento não informou que medidas poderão ser tomadas pelo governo federal em relação aos municípios afligidos pela estiagem.





quarta-feira, 20 de outubro de 2010

“Água em pó” existe. E pode reduzir o aquecimento global"

A água em pó existe e ainda por cima pode combater o aquecimento global. Parecida com um punhado de açúcar, a água em pó é formada por moléculas de água e de silica (SiO2, dióxido de silício). Cada grão do pó possui uma concentração de 95% de água, a mesma de uma melancia.

Graças a essas características, a “água em pó” pode armazenar gases, como o dióxido de carbono (CO2), um dos principais responsáveis pelo aquecimento global. O autor da descoberta é o cientista britânico Andrew Cooper, que apresentou uma pesquisa sobre essa aplicação da água com silica no 240º Encontro Nacional da Sociedade Americana de Química, nesta quarta-feira, nos Estados Unidos.

Em pesquisas de laboratório, Cooper descobriu que a substância absorve três vezes mais CO2 que água e silica separadas – e, melhor, no mesmo espaço de tempo. A “água em pó” também seria capaz de acelerar a produção de matéria-prima utilizada na fabricação de remédios, alimentos e outros produtos de consumo.

“Não há nada parecido com isso”, diz Ben Carter, um dos cientistas envolvidos no estudo. “Esperamos que a água em pó ajude a resolver muitos problemas no futuro”. De acordo com Cooper, o pó poderá também ser utilizado para outros fins, como o transporte de materiais industriais nocivos.

A “água em pó” foi descoberta em 1968, mas recebeu pouco destaque na comunidade científica até 2006, quando seu uso foi retomado por cientistas britânicos. Foi só recentemente que os cientistas descobriram que ela pode ser utilizada para armazenar gases.

Mudança climática ameaça a maior parte do planeta com graves secas

Os Estados Unidos e vários países de grande população enfrentam uma ameaça crescente de grave e prolongada seca nas próximos décadas, segundo um estudo do Centro Nacional Pesquisa Atmosférica (NCAR) americano.

O aumento das temperaturas, combinado com a mudança climática, provavelmente criará um ambiente mais seco em todo o planeta nos próximos 30 anos, afirma o cientista Aiguo Dai, coordenador do estudo e das projeções.

De acordo com Dai, existe a possibilidade que em certas regiões a seca alcance proporções incomuns e até mesmo nunca vistas na era moderna.

O estudo tem como base 22 modelos climáticos virtuais, um amplo índice de medidas de condições da seca e uma análise de estudos já publicados.

O trabalho conclui que a maior parte da América, Europa, Ásia, África e Austrália podem ser ameaçadas por secas extremas durante o século.

Já as regiões situadas em latitudes elevadas, do Alasca a Escandinávia, se transformarão provavelmente em zonas mais úmidas, segundo as projeções.

"Enfrentamos a possibilidade de seca extensa nas próximas décadas, mas isto ainda não é plenamente reconhecido pela população e pela comunidade que investiga as mudanças climáticas", advertiu Aiguo Dai.

"Se as projeções deste estudo estiverem perto de concretizar-se, as consequências para as sociedades no mundo seriam gigantescas", destaca o cientista.

Dai alertou que as conclusões do estudo são baseadas nas melhores projeções atuais das emissões de gases que provocam o efeito estufa sobre a Terra.

O que realmente acontecerá nas próximas décadas dependerá de muitos fatores, incluindo as futuras emissões de gás carbônico, assim como os ciclos climáticos naturais, como a corrente marinha do fenômeno El Niño.

Conferência da ONU sobre biodiversidade quer apelar para o bolso










Vista geral da cerimônia de abertura da COP-10; no telão, o presidente da Agência Federal do Meio-Ambiente da Alemanha, Jochen Flasbarth, enquanto discursa (JIJI PRESS/AFP)


A ideia é que as perdas financeiras causadas pelos danos ao ecossistema sirvam de alerta para que os países sigam à risca os acordos


Teve início na manhã desta segunda-feira em Nagoya, no Japão, a décima edição da Conferência das Partes da Convenção da Organização das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (COP-10). No encontro, que termina no dia 29 de outubro, representantes de 193 países irão avaliar as metas de preservação ambiental assumidas para este ano e definir os novos objetivos até 2020. Na abertura, Achim Steiner, diretor do programa para o meio ambiente da ONU, disse que o homem é o responsável direto por todos os danos causados ao meio ambiente. "Este é o único planeta no universo em que sabemos que existe vida como a nossa e estamos destruindo as bases que a sustentam."
Já no primeiro dia de evento, as falas demonstram um receio cada vez mais sério com o futuro da biodiversidade mundial. O ministro do Meio Ambiente do Japão, Ryo Matsumoto, afirmou que só será possível reverter os danos - e perdas - no meio ambiente se os trabalhos de preservação começarem imediatamente. Segundo dados mostrados, a extinção de espécies e de ecossistemas também traz prejuízos financeiros: custa trilhões de dólares todos os anos à economia global.

“Vamos ter a coragem de olhar nos olhos dos nossos filhos e admitir que nós falhamos, individual e coletivamente, em cumprir as promessas feitas por 110 chefes de estado, em Johannesburg, em 2002, de que iríamos reduzir substancialmente as perdas na biodiversidade até 2010”, disse Ahmed Djoghlaf, secretário executivo da ONU para o COP-10.

Mudanças climáticas – Nos últimos anos, as alterações no clima da Terra têm dominado a agenda das discussões sobre meio ambiente. Para Steiner, no entanto, os políticos ainda não conseguiram entender a importância das discussões sobre a biodiversidade. “Este é o único planeta no Universo que é conhecido por ter esse tipo de vida”, diz.

No encontro deste ano, a ideia central defendida é a de que as perdas financeiras acumuladas pelos danos ao ecossistema possam ser o alerta concreto para que os participantes sigam, finalmente, à risca os acordos a serem assinados. Entre os projetos a serem discutidos está o The Economics of Ecosytems and Biodiversity (A economia do ecossistema e da biodiversidade, em tradução livre), que propõe estabelecer um financiamente de 2 a 5 trilhões de dólares por ano, predominantemente em países pobres.

Apesar dos problemas com a preservação do meio ambiente ainda serem gigantescos, os representantes pretendem mostrar um lado otimista da questão. “A boa notícia é que, quando conservamos o meio ambiente, isso realmente funciona. Sabemos cada vez mais o que fazer e quando fazer, isso tem funcionado muito bem”, diz Jane Smart, chefe do programa de espécies animais na União Internacional para a Conservação da Natureza. “Tudo o que temos a fazer são mais trabalhos de conservação, como a proteção de determinadas áreas.”