
Vista geral da cerimônia de abertura da COP-10; no telão, o presidente da Agência Federal do Meio-Ambiente da Alemanha, Jochen Flasbarth, enquanto discursa (JIJI PRESS/AFP)
A ideia é que as perdas financeiras causadas pelos danos ao ecossistema sirvam de alerta para que os países sigam à risca os acordos
Teve início na manhã desta segunda-feira em Nagoya, no Japão, a décima edição da Conferência das Partes da Convenção da Organização das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (COP-10). No encontro, que termina no dia 29 de outubro, representantes de 193 países irão avaliar as metas de preservação ambiental assumidas para este ano e definir os novos objetivos até 2020. Na abertura, Achim Steiner, diretor do programa para o meio ambiente da ONU, disse que o homem é o responsável direto por todos os danos causados ao meio ambiente. "Este é o único planeta no universo em que sabemos que existe vida como a nossa e estamos destruindo as bases que a sustentam."
Já no primeiro dia de evento, as falas demonstram um receio cada vez mais sério com o futuro da biodiversidade mundial. O ministro do Meio Ambiente do Japão, Ryo Matsumoto, afirmou que só será possível reverter os danos - e perdas - no meio ambiente se os trabalhos de preservação começarem imediatamente. Segundo dados mostrados, a extinção de espécies e de ecossistemas também traz prejuízos financeiros: custa trilhões de dólares todos os anos à economia global.
“Vamos ter a coragem de olhar nos olhos dos nossos filhos e admitir que nós falhamos, individual e coletivamente, em cumprir as promessas feitas por 110 chefes de estado, em Johannesburg, em 2002, de que iríamos reduzir substancialmente as perdas na biodiversidade até 2010”, disse Ahmed Djoghlaf, secretário executivo da ONU para o COP-10.
Mudanças climáticas – Nos últimos anos, as alterações no clima da Terra têm dominado a agenda das discussões sobre meio ambiente. Para Steiner, no entanto, os políticos ainda não conseguiram entender a importância das discussões sobre a biodiversidade. “Este é o único planeta no Universo que é conhecido por ter esse tipo de vida”, diz.
No encontro deste ano, a ideia central defendida é a de que as perdas financeiras acumuladas pelos danos ao ecossistema possam ser o alerta concreto para que os participantes sigam, finalmente, à risca os acordos a serem assinados. Entre os projetos a serem discutidos está o The Economics of Ecosytems and Biodiversity (A economia do ecossistema e da biodiversidade, em tradução livre), que propõe estabelecer um financiamente de 2 a 5 trilhões de dólares por ano, predominantemente em países pobres.
Apesar dos problemas com a preservação do meio ambiente ainda serem gigantescos, os representantes pretendem mostrar um lado otimista da questão. “A boa notícia é que, quando conservamos o meio ambiente, isso realmente funciona. Sabemos cada vez mais o que fazer e quando fazer, isso tem funcionado muito bem”, diz Jane Smart, chefe do programa de espécies animais na União Internacional para a Conservação da Natureza. “Tudo o que temos a fazer são mais trabalhos de conservação, como a proteção de determinadas áreas.”